Shiro oferece uma experiência intimista e exclusiva, inspirada na coquetelaria japonesa.

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O conceito nasceu após uma viagem de 20 dias ao Japão de Gerard Barberan e Fernanda Ferrer, que comandam a casa.

Antes de mais nada, um esclarecimento: infelizmente ainda não visitei o Japão. Tudo o que conheço sobre sua coquetelaria vem de vídeos, muitas leituras, guest shifts de profissionais de lá e muitas conversas com pessoas que lá estiveram. Assim, minhas análises são limitadas a este histórico, que, mesmo assim, não é pequeno.

Estive recentemente no Shiro Japanese Cocktail Bar, inaugurado em setembro de 2023. Comigo, minha grande amiga Suemi Uemura, nissei e que sempre me ajuda a navegar melhor dentro do mundo da cultura do Japão.

A casa oferece uma experiência bastante intimista: com apenas 10 lugares e trabalhando somente com reservas, o Shiro busca recriar a atmosfera de bares clássicos de Tóquio, a começar pela sua localização, no primeiro andar de um imóvel no Jardins, que no térreo hospeda o restaurante Kuro. A verticalização é uma característica da capital japonesa e diversos bares e restaurantes ficam em andares altos em edifícios, como o premiado Ben Fiddich, no 9o. andar em Shinjuku.

A primeira impressão ao sentar-se no balcão do Kiro são os utensílios: da marca Birdy, são importados do Japão, da prestigiada e cobiçada linha criada por Erik Lorincz. Os copos são da elegante Kimura, outro objeto de desejo de bartenders. O balcão tem uma retro iluminação que dá um charme especial durante o preparo dos coquetéis.

Nihun Dry/Rubens Kato

Mas, isso de nada adiantaria se os coquetéis não fossem do mesmo nível. E a responsabilidade está nas mãos da bartender Ana Gumieri. Ela criou uma carta que combina clássicos, releituras e autorais, respeitando uma regra de no máximo 5 ingredientes, todos de primeira linha e autorais feitos na casa.

Destaque para o Nihun Dry (R$65 com gin Roku, umeshu da casa e vermute seco) e o Tosuto (R$80 com whisky Suntory, arroz tostado, akamisso, xarope de mel e limão taiti). Para fãs de cachaça, a pedida é o Su com Cumaru (R$50 com cachaça branca com matcha, shrub de cumaru e suco de limão taiti).

A carta traz 2 versões de highball, uma clássica, com whisky Suntory e água carbonatada de sifão (R$75) e um autoral, que apesar de interessante não atingiu a nossa expectativa. No Japão, o Haiboru, como é chamado lá, tem como principal característica a baixa temperatura (o destilado é conservado no freezer, assim como o copo) e alta carbonatação. Esta é uma categoria que eu e Suemi dedicamos muita atenção e estudos, inclusive já demos palestras sobre o assunto.

Meu favorito da noite foi mesmo uma ótima releitura de Penicillin, o Macallan Penicillin (R$190), com Macallan Double Cask 12 anos, Laphroaig, xarope de mel com gengibre e suco de limão siciliano. O preço pode assustar, mas a qualidade dos ingredientes, do serviço e o resultado final justificam o investimento.

Su com Cumaru/Rubens Kato

Para acompanhar, são servidas otsumami, pequenas porções que harmonizam bem com os coquetéis. Vá de Potato Sarada, com takuan defumado e anchova do Cantábrico (R$50) e Tataki de atum, com wasabi fresco e shoyu envelhecido por 3 anos (R$32).

O atendimento de Ana é impecável e sua postura calma e tranquila tem tudo a ver com a proposta da casa. O Shiro é uma experiência de coquetelaria agradável e realmente exclusiva, em um ambiente muito charmoso e aconchegante.

Como já mencionei, o Shiro trabalha apenas com reservas. São 3 janelas de atendimento – 19h, 21:15h e 23:15h. No ato da reserva, via WhatsApp, é necessário um pagamento antecipado de R$100, deduzidos da conta ao final. 

SERVIÇO

Shiro Japanese Cocktail bar

Rua Padre João Manuel, 712, Jardins.

Segunda a sábado, 19h, 21h15 ou 23h15.

Reservas por WhatsApp: (11) 91255-0906.

Instagram @shirococktailbar

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